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quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Enfermagem versus Psicologia

Enfermagem, é trabalho que exige muita responsabilidade e envolvimento.
Fiz Psicologia porque queria entender porque as pessoas adoeciam. Durante o curso quis simplesmente não estar mais nesta área. No terceiro ano, descobri que poderia associar Enfermagem a Psicologia.

A Enfermagem apesar de ser uma profissão que cuida de gente, relaciona-se não com as pessoas, mas com as suas doencas, com dados estatisticos, e muitas vezes esquece que todo doente deseja um pouquinho de carinho, atencao de ser humano para ser humano, espera que olhemos em seus olhos e sejamos continentes a sua dor e angustia e nõs no meio de tudo isto, acabamos por nos distanciar, por criar uma muralha e a relacao fica mecanica.

Descobri que posso oferecer um pouco mais a Enfermagem, superei meus conflitos, sou muito grata a eesta profissão que tanto me ensinou e que faz parte da minha história e da minha vida.

Hoje associo Enfermagem e Psicologia como técnica. Percebo os conflitos sob um outro ponto de vista e noto que A enfermagem necessita do divã da Psicologia para poder lidar melhor com seus conflitos, com suas dores, com suas doencas.

Enfermeiros e técnicos precisam de momentos onde possam falar do seu fazer, para poder fazer diferente. Este e o novo motivo do meu trabalho.

Acredito no potencial humano de cada ser, cada um esta neste momento, dando o melhor de si para o mundo, nos da Enfermagem, da Psicologia, da Medicina, não importa de que profissao, estamos dando o melhor de nos para o mundo.

Podemos sim, estimular a todos a trabalhar por um mundo melhor, baseado na coletividade e não no individualismo.

Um Feliz Natal a todos Profissionais que lutam por um mundo melhor.

Lady Lucy

domingo, 7 de setembro de 2008

O importante é o que fica....


Após 15 anos de profissão penso que o que importa é o que fica, de cada pessoa que conheci, de cada paciente que cuidei, cada vez que me senti triste, feliz ou impotente, de cada paciente que me senti imensamente útil, daqueles que reconehceram meu trabalho, daqueles que nem sequer obrigado deram, de cada enfermeiro mala e dos legais também, dos chefes que tive e tenho, com cada uma destas entidades aprendi alguma coisa... elas me deram algo muito pessoal: bagagem, jamais esquecerei.

Fiquei 5 anos na faculdade, mas o lugar onde mais aprendi foi nos meus quinze anos na estrada da enfermagem. Aprendi a lidar com as minhas fragilidades, a minha forca, a fragilidade das pessoas, saber a hora certa de falar, de calar ou de simplesmente segurar na mão, oferecer um abraco...


O meu muito obrigado a cada um de vcs!!!


Abrcs,

Lady Lucy

sábado, 5 de abril de 2008

Sobre A Empatia [e a antipatia...]

Certa manhã como de costume estava escalada para cuidar de uma paciente...

Não a conhecia mas tinha meu preconceitos a seu respeito, e fiquei um pouco contrariada em ter que cuidar dela, mas fui e fiz tudo da melhor maneira possível...

Na Psicologia existe um movimento muito subjetivo, que acontece entre paciente e terapeuta, que se chama Transferência e Contratransferência, o paciente projeta seus afetos no terapeuta, que por sua vez irá contratransferir tal afeto para o paciente. Tal mvimento ocorre sempre em qualquer relação, mas o importante é termos consciência disto, e aprender com a experiência.

O fato é que esta paciente é portadora de várias doenças pulmonares e obstrutivas, e extremamente ansiosa. Assim sendo quando entra uma peça nova no jogo, colateralmente a primeira resposta desta paciente é reagir com agressividade e hostilidade, e eu por minha vez "contrarespondi" da mesma forma, com hostilidade, identifiquei-me com seu comportamento hostil, reagi sem pensar...

Durante o dia, me coloquei a observá-la, e com paciência fui conquistando sua confiança, e por que não dizer que ela me conquistou também, pois antes de sair do quarto ela me disse que havia simpatizado comigo, pois fui atenciosa com ela...

Eu acabei dando a volta por cima e indo além da minha antipatia inicial por esta cliente... e no final de tudo, senti compaixão por ela e pedi a Deus que me perdoasse, pois no começo do plantão naquele mesmo quarto eu havia pensado em seu tamanho (120 kilos de depedência total), e como alguém se deixava chegar naquele ponto....

Concluo, portanto, que não temos que julgar nossos pacientes por seus problemas, que cada um é um Universo em particular e efetivamente não podemos fazer nada para mudar sua realidade, mas com compaixão podemos ajudá-lo, sem julgá-lo e eternizar um bom atendimento, promover momentos de descontração e porque não dizer segundos de felicidade... Nos divertimos muito, boas risadas e algumas piadas... talvez eu tenha ficado em sua vida, mas ela com certeza está na minha... jamais a esquecerei...

Abcs,
Lady Lucy

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Abrace uma árvore...


Outro dia, abracei uma árvore, fechei meus olhos e com minhas mãos naquela árvore, consegui entender o que é ser uma árvore... Me senti presa na terra, com meus pés, muitos dedos que espalhavam pela terra... a terra me alimentava e eu alimentava a terra... senti o vento batendo em minhas folhas verdes... um sentimento de frescor se apossou de meu ser... respirei o ar de tantos seres... e percebi a grandeza de minha existência... todos os dias salvo vidas... a principio me senti presa, mas o vento que me toca, toca em outras amigas, e conversamos através do ar... nossas ideías vão e vem, em movimentos circulares... somos intimos e livres, eu árvore, o sol, o vento, as outras árvores, a terra, a água... somos todos amigos e confidentes, sabemos exatamente como cada um sente, temos tempo para apreciar o nosso mundo... olhamos o mundo sobre vários ângulos e compartilhamos nossas experiências quando nos tocamos...


Hoje, durante um banho, uma paciente me disse: "Você é tão hábil!"

Ela me disse isto, por conta do banho que eu lhe dava, ela se deliciava depois de muitos dias na cama...

Eu lhe respondi que minha habilidade é fruto da experiência de 14 anos de profissão... e que aprendi algumas coisas durante meus anos de trabalho... aprendi a olhar o paciente e saber como devo me portar com ele, quais são os seus e os meus limites, o que precisa, como se eu fosse ele: o paciente. Então quando ia executar um procedimento eu tentava executar o exercício de abraçar a árvore, abraçava meu paciente e tentava estar na pele dele e então sabia o que ele sentia, pensava e queria ouvir... Isso ultrapassa a habilidade e chama-se sensibilidade...


Abrace uma árvore, abrace seu paciente, abrace seu irmão, abrace seu marido ou esposa, seu filho ou filha, seu pai e sua mãe, e entendam a complexidade que significa ser uma pessoa, uma pessoa diferente de vc mesmo!


Mas não esqueça de abraçar uma árvore, ser ela por alguns momentos...


Abçs,

Lady Lucy


domingo, 20 de janeiro de 2008

Para que serve uma doença?

Ontem conheci um paciente muito interessante, um senhor de 77 anos, que encontra-se acometido de uma infecção generalizada que os médicos não descobrem do que se trata...
Enquanto lhe dava o banho matinal, perguntei se ele já havia parado para pensar sobre qual o propósito daquela doença em sua vida...
Ele me respondeu que os médicos ainda não haviam descoberto.
Questionei se ele achava mesmo que uma doença era apenas uma manifestação fisica. ele ficou pensativo e não soube me responder...
Então expus a forma como eu penso a doença e disse que acreditava que uma doença é um convite a reflexão sobre como estamos nos conduzindo...
Mais uma vez um certo ar de pensação e então uma resposta: "É realmente você tem razão, acho que eu tenho que reavaliar muita coisa em minha vida!"
E começou a falar de sua relação com um de seus familiares e sobre "otras cositas más", mas ele iniciou ali mesmo uma reavaliação de sua vida...
Reforcei que a doença nada mais é que um convite a voltarmos e fazermos tudo diferente e que no fundo de nossos seres nós até sabemos o porque de tudo isto e que nada é por acaso...
Entendo também que a doença dos pacientes tem muito a dizer para nós, profissionais de saúde. Cuidamos de pessoas que estão num momento de reavalição, e a experiência do outro não é só do outro, estamos ali naquele momento compartilhando uma fase dificil, muitas vezes irreversível, não podemos sair todos os dias do plantão como se nada tivesse acontecido. Obviamente que também não temos que nos afetar a ponto de nos desastabilizarmos, mas o fato é que nosso trabalho é um aprendizado contínuo, o valor da sensibilidade, de conseguirmos nos colocar no lugar do outro e sermos continentes à sua dor e disponibilizarmos para o nosso paciente aquilo que temos de mais humano... calor...empatia...
O Psicólogo Carl Rogers, em 1940, criou um modelo de atendimento psicológico intitulado de: "Abordagem Centrada na Pessoa", que tem como "pressuposto básico a Tendência Atualizante que afirma que todo organismo vivo é naturalmente voltado para o crescimento e saúde e que é facilitado se houver um clima de atitudes psicológicas facilitadoras".
Tal teoria não serve apenas à psicologia, mesmo porque quando estamos com o paciente somos facilitadores de sua saúde e melhoria contínua em sua qualidade de vida. Trabalhamos centrados no cliente, em suas necessidades, quando existir oportunidades de fazê-los refletir e de nós refletirmos junto com eles... façamos do momento a oportunidade: REFLITAMOS!
Porque na vida o aprendizado só vem com muita reflexão!
E respondendo á pergunta "Para que serve uma doença?"
A resposta que achei dentro de mim... é que uma doença serve para enxegarmos que apesar de tudo vale a pena viver e ser feliz, e curtirmos cada momento como se último fosse. O agora é o nosso bem maior!
Abçs,
Lady Lucy

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Cuidar, o que é?

O que é cuidar de alguém?
Este ano completo 14 anos de profissão...
Se alguém acredita em carma, não sei mas eu acredito!
E acredito que todos, sem exceção temos algo a resgatar com cada paciente...
Eles chegam às nossas vidas ou nós chegamos às vidas deles?
Oh, dúvida cruel!
Mas entendo que nós nos atraímos mutuamente... são átomos, prótons, neutrôns, que nos aproximam, que nos fazem entrar em contato um com o outro, é uma relação muito intima e inesquecível...
Cada paciente é uma escola, aprendo muito com todos eles... Cada colega de trabalho é também uma escola, todos aprendemos muito sobre se relacionar, sobre se doar, uns mantêm-se em seu casulo, outros se afetam e são afetados todo o tempo por tudo o que acontece...
Como técnica de enfermagem e psicóloga procuro estar sempre atenta a tudo ao meu redor, aprendendo cada lição que o trabalho me traz... olhando além do véu...
E cada dia mais acredito, que nós seres humanos somos os seres mais ricos de tudo o que há de belo e ao mesmo tempo, somos detentores de tudo o que detestamos... Portanto que quando nossos pacientes apresentarem aqueles hábitos e manias que nós detestamos, olhemos para este ser com compaixão... com aquele olhar que não julga, que só está ali para aprender, para ser continente aquele que padece!
E respondendo a pergunta o QUE É CUIDAR?
Recorro a Leonardo Boff, onde afirma que "O cuidado é a essência concreta do ser humano".
Quando falamos em cuidado não podemos deixar de pensar na palavra ética.
Boff fala sobre a ética do cuidado, dizendo ser: "um consenso mínimo a partir do qual possamos nos amparar e elaborar uma atitude cuidadosa, protetora e amorosa para com a realidade... esse afeto vibra diante da vida, protege, quer expandir a vida".
A ética da responsabilidade se orienta, segundo Boff, pelo seguinte princípio: "Aja de tal maneira que sua ação não seja destrutiva. Aja de tal maneira que sua ação seja benevolente. Ajude a vida a se conservar, a se expandir, a irradiar". E, por fim, a solidariedade é o elo final que amarra essa tríade de valores capazes de estabelecer, diz Boff, "um patamar mínimo para que alcancemos um padrão de comportamento que seja humanitário, isto é, tratando humanamente os seres humanos e tratando bem a vida que vai além da nossa vida".
(Leonardo Boff, 1999, Saber Cuidar: ética do humano – compaixão pela terra).
Se conseguirmos executar tais principios e valores no nosso trabalho, sim estaremos cuidando...
Abçs,
Lady Lucy

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Finalmente!!!!!

Depois de tanto tempo, novamente volto a postar neste blog...
Problemas com o Gmail...
Mas FINALMENTE, tudo está resolvido...
Mas esta palavra finalmente é muito fatalista, me dá a sensação de que nunca mais o problema ocorrerá, quando a todo momento podemos enfrentar os mesmos problemas... Por isto é que estou vivendo este momento, postando esta mensagem... porque amanhã o problema pode voltar...
Tudo é tão frágil, assim como um simples FINALMENTE!
Às vezes encontramos um par e dizemos finalmente encontrei alguém que vale a pena, quando menos esperamos descobrimos que o finalmente acabou de se destituir de seu significado anterior...
Às vezes nossos pacientes experimentam momentos de dor e pavor da morte e quando recuperam-se exclamam: finalmente estou curado!
Ilusão... o momento presente é que é a verdade!
Vivamos cada dia ETERNAMENTE, o momento seguinte pode ser um iludido finalmente e é isto o que mais tememos: a surpresa e a imprecisão do momento seguinte...
E já que estamos começando um novo ano, vamos brindar agora este 2008, pois este ano é único, este dia é único, o sorriso de quem amamos é unico, a saúde que temos é única, tudo o tempo todo é único, SOMOS ÚNICOS!!!!!!
Abçs,
Lady Lucy