Visualizações

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Às vezes fico observando as pessoas que trabalham em hospitais e percebo que muitas parecem não gostar de cuidar e nem do que fazem...

Eu, pessoalmente, não consigo fazer algo que não seja apaixonada!

Amo a enfermagem e muitas vezes concluo que o que estraga a nossa linda profissão é o que cada um faz com ela!

Digo isto porque acho triste observar enfermeiros que não gostam de tocar em seus pacientes, que quando são acionados para atendê-los, saem mal humorados para o atendimento, técnicos que não fazem seu trabalho com carinho, que começam vendo a hora de terminar, enfim gente que não está envolvida com o que faz!

Tem dias que não estamos bem, que realmente não estamos a fim de trabalhar, que todo mundo é chato... pois somos humanos, mas isto não pode tornar-se uma constante!

Estou lendo um livro: "O Poder do Agora" e uma passagem do livro chamou-me atenção e por sinal caí muito bem dentro do contexto...

Eckart Toller fala sobre estarmos inteiros onde quer que estejamos e que reclamar é sempre uma não aceitação do que é! Ou seja, não adianta reclamarmos do nosso trabalho ou dos pacientes, nós temos um contrato com a empresa, temos um juramento com a nossa profissão, e todos os dias nos propomos a estar cuidando, assim sendo, estejamos presentes naquilo que nos propusermos a fazer!

Algumas pessoas prefiririam estar em outro lugar, mas esquecemn-se de que fizeram uma escolha: ESTAR ALI! O aqui delas nunca é suficientemente bom...

"Onde quer que você esteja, esteja lá por inteiro. Se você acha insuportável o seu aqui e agora e isso lhe faz infeliz, há três opções: abandone a situação, mude-a ou aceite-a totalmente"

Ter responsabilidade sobre a vida é escolher estar de cabeça onde nos propomos estar!

Vejo que hoje em dia as pessoas se propoem ser algo ou alguma coisa, ocupar um cargo, mas não querem pagar o preço, fazem de conta que trabalham , fazem de conta que são e esquecem-se da responsabilidade perante a sua vida e a vida dos outros.

O mesmo autor elucida ainda uma outra possibilidade: "Seja tão preguiçoso ou inativo o quanto puder", está é uma sugestão que entendo ser muito séria quando diz respeito a enfermagem, porque se alguém deixa de fazer o seu trabalho, outra pessoa se sobre carregará, pergunto: É justo sobrecarregar os outros com uma carga que também é nossa? É justo dentro de uma equipe um trabalhar mais que o outro?

Enfermeiros e técnicos, formam a equipe de enfermagem, quando estamos em trabalho, somos todos um!

Eu, pessoalmente e éticamente falando tenho uma necessidade fisiológica e espiritual de conduzir meu dia com responsabilidade e consciência, de forma que a noite, eu deite minha cabeça no travesseiro, consciente de que estive presente em tudo o que me propus fazer e que fiz o meu melhor, não só para mim, mas para todos ao meu redor, e não só o paciente, mas meus colegas de trabalho. Preciso sentir todos os dias, que fui uma boa profissional, uma boa mãe, um bom ser humano.

Não aspiro ser a madre Tereza de Calcutá, como canta Zélia Duncan: "A alegria do pecado ás vezes toma conta de mim, e é tão bom não ser divina!", mas seria ótimo se nós profissionais de saúde, cumprissemos não só um papel, mas que estivéssemos da cabeça aos pés, envolvidos com nosso trabalho, nossos pacientes e nossos colegas. Nosso trabalho não se faz a um, se faz em equipe, e a equipe de enfermagem é constituida não só técnicos, mas de enfermeiros.

Trabalho em equipe é o nosso maior desafio!

Até a próxima, Lady Lucy